9 dicas para usar o 13º salário e começar 2015
Qualquer hora é hora para organizar sua vida financeira, mas quando entra uma graninha extra a tarefa fica mais fácil. Por isso, o 13º salário pode ser um ótimo impulso para colocar suas finanças nos trilhos e começar 2015 com o pé direito.
Veja a seguir as dicas para tirar um bom
proveito do seu 13º salário e começar o ano em paz com seu orçamento.
1) Quite suas dívidas
Com juros altos,
as dívidas sempre
têm um caráter de urgência grande. Por isso, se você tiver algum débito em
aberto, esse será o primeiro destino do seu décimo terceiro. “Algumas pessoas
dizem que não podem sacrificar o Natal para pagar as dívidas, mas quando elas
se endividaram lá atrás elas também deixaram de fazer esse sacrifício”.
Se o prazo de
vencimento de um pagamento expirar, no dia seguinte a empresa que prestou o
serviço pode informar aos órgãos de proteção ao crédito que existe um débito em
atraso.
Cabe a esses órgãos
enviar uma carta de notificação de débito ao cliente para informá-lo sobre a
pendência. Se em 10 dias, contados a partir da data do envio da carta, a conta
não for paga o consumidor pode ser incluído nos cadastros de inadimplência, que
tornam o seu nome sujo.
As dívidas
prioritárias devem ser aquelas com juros mais altos, cuja velocidade de
crescimento do montante é maior, ou aquelas que podem gerar cortes de serviços.
2) Se o benefício for alto, aproveite para abater parcelas de
financiamentos
“Se existe um financiamento
imobiliário, vale a pena direcionar dinheiro pra antecipar
parcelas”, recomenda André Massaro. Só faria sentido investir o dinheiro em vez
de pagar uma dívida se a taxa de juros paga na aplicação fosse maior do que a
taxa de juros da dívida, uma vez que o valor aplicado cresceria em
velocidade maior do que o débito.
No entanto, se o
orçamento estiver apertado e for preciso usar o benefício para pagar despesas
do início do ano (veja o tópico quatro) não vale a pena abater parte do
financiamento para depois contrair novas dívidas.
3) Se a dívida for muito alta, negocie antes de queimar o 13º
Caso a dívida seja
muito alta, o 13º salário pode não fazer nem cócegas. Se o dinheiro não cobrir
a dívida toda, com o efeito dos juros compostos o débito pode crescer de novo e
o benefício pode ter sido usado em vão.
Se os juros tiverem
elevado a dívida de forma que ela tenha se tornado impagável e as taxas forem
muito altas, vale a pena renegociar com o banco a redução dessa dívida antes de
pagá-la (veja dicas para renegociar dívidas).
4) Faça uma reserva para as despesas do início do ano
Fazer uma provisão
para os gastos de início de ano, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar pode
soar repetitivo. Mas, mesmo sabendo que esses gastos chegam e pesam bastante no
início do ano, nem sempre o décimo terceiro é guardado.
“É importante fazer
uma reserva para ficar líquido no começo do ano. Para isso, o dinheiro pode ser
investido na poupança mesmo, porque ele vai ser resgatado no curtíssimo prazo”.
5) Inicie um investimento...
Se você não tem investimentos e
o seu objetivo é mudar sua vida financeira em 2015, as aplicações devem vir
antes das compras de Natal.
O primeiro passo para
qualquer projeto de investimento deve ser a formação da reserva de emergência,
uma poupança que possui o equivalente a pelo menos seis meses da sua renda e
serve para cobrir situações extraordinárias, como a perda do emprego ou um
problema de saúde na família.
“Estamos em tempos
difíceis e existem muitas dúvidas sobre o futuro da economia. O desemprego pode
subir e em vista dessas incertezas é importante usar o 13º para fazer reserva”.
O dinheiro da reserva
deve ser investido em produtos de renda fixa com alta liquidez, ou seja, que permitam
o resgate a qualquer momento, já que o dinheiro pode precisar ser usado de uma
hora para outra.
Por isso,
especialistas recomendam investir em produtos como fundos DI, fundos de renda
fixa, CDBs sem prazo de carência e até mesmo na poupança, que apesar de
não ter um alto rendimento, será a aplicação com mais facilidade de resgate.
6) ...ou parta para investimentos mais sofisticados
Se a sua reserva de
emergência já foi formada, o 13º pode ser destinado a investimentos mais
sofisticados, que gerem um retorno maior. “É um momento bom para investir, a
taxa de juro no mercado futuro está alta e é interessante que o investidor vá
para investimentos atrelados à inflação já que teremos cenários de inflação não
muito tranquilos nos próximos meses”.
O investimento em
Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) - títulos do Tesouro Direito que
pagam uma taxa de juro mais a variação da inflação medida pelo IPCA – e nas
Letras de crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA),
títulos isentos de imposto de renda, emitidos por instituições financeiras, que
podem ter sua remuneração atrelada ao CDI, taxa muito próxima à Selic.
É importante observar
os prazos desses investimentos. A NTN-B, por exemplo, é um título de longo
prazo e se for resgatada antes do vencimento pode gerar prejuízos. Já as LCIs e
LCAs podem ter taxa de carência, penalidade aplicada em caso de resgate
antecipado. “Já existem LCIs e LCAs com resgate a partir de 90 dias, mas seus
prazos não são tão curtos”.
Ainda que os bancos
grandes sejam o caminho mais fácil, as LCIs e LCAs de bancos médios costumam
ter remunerações maiores - de 90% ou até 100% do CDI -, mesmo se o valor
aplicado não for muito alto. Mesmo com maior risco de crédito, caso o
banco quebre, as LCIs e LCAs são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito,
em até 250 mil reais, por instituição e por CPF.
7) Pague a viagem do final de ano
Se você já reservou
parte do 13º salário para as despesas de início de ano e os investimentos estão
em ordem, os gastos das viagens de fim
de ano podem ser uma forma inteligente de usar o benefício.
“Especialistas da área de finanças comportamentais [estudo das emoções por trás das decisões financeiras] já fizeram pesquisas que mostram que fazer dívidas com viagem não é bom negócio porque é uma experiência em que se consome tudo no momento e só ficam memórias. Como não é algo palpável, se continuamos pagando algo que não usamos mais isso gera um sentimento de culpa”.
“Especialistas da área de finanças comportamentais [estudo das emoções por trás das decisões financeiras] já fizeram pesquisas que mostram que fazer dívidas com viagem não é bom negócio porque é uma experiência em que se consome tudo no momento e só ficam memórias. Como não é algo palpável, se continuamos pagando algo que não usamos mais isso gera um sentimento de culpa”.
8) Combine com a família um Natal alternativo (se possível) e gaste
menos
Os preços são formados
de acordo com a oferta e a demanda, por isso não existe muito segredo: como a
demanda aumenta no Natal, a
alta dos preços é um movimento certo.
Para driblar os preços
altos, a família converse sobre a possibilidade de trocar presentes mais para frente.
“Se a família não tiver crianças, ou se for um casal, deixar os presentes para
janeiro ou fevereiro pode ser um bom negócio”.
A estratégia pode ser
boa não só pelas promoções, mas porque no final de ano nos sentimos mais
tentados a gastar. “Se a criança já é um pouco mais velha, vale a pena mostrar
a economia que a família terá se esperar um pouquinho. A celebração, seja ela
qual for, não pode ser confundida com um frenesi de consumo”.
9) Consuma com inteligência
Mesmo diante de tantas
outras recomendações, usar o 13º também para as compras não é nenhum crime,
sobretudo se a situação financeira estiver sob controle. “Hoje vivemos uma
situação na qual muitas pessoas estão endividadas, então se a pessoa não tem
dívidas e já organizou seus compromissos de começo ano, ela está 'abençoada' e
pode ir para o consumo”.
Mas, ao usar o
benefício para as compras, busque fazê-lo de forma consciente. Ao se planejar
com antecedência, por exemplo, é possível usar a criatividade para dar um
presente diferente, sem que seja preciso gastar rios de dinheiro. Portanto,
evite deixar os presentes para a última hora, quando suas únicas opções podem
ser ir ao shopping e gastar mais dinheiro para comprar a única opção disponível
no momento.
“Até o próprio
ambiente dos shoppings e de lugares como a 25 de Março ficam muito cheios e
tudo fica muito confuso. Aquelas músicas de fundo, a iluminação de Natal, tudo
isso afeta nossa capacidade cognitiva de organização e raciocínio e acabamos
consumindo mais”.
Muitas pessoas passam
dos limites porque pensam no curto prazo. “É como se a gente não comprasse
agora nunca mais tivesse a chance de comprar. As propagandas fazem muito isso e
dizem que é a última chance. Essa mensagem de agora ou nunca toma uma dimensão
tão grande na cabeça das pessoas que além de gastar o13º elas fazem empréstimos
e se endividam”.
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